Aghast View:

 

Denis e Fabrício

 

 Discografia:

 

"Nitrovisceral" Cd 1994

 

"Chemical Storm" Cds 1995

 

"Vapor Eyes" Mcd 1997

 

 

"Carcinopest" Cd 1998/9

 

 

 

Ltd.ed. Picture Disc split AghastView / In Strict Confidence 1999

 

"Truthead" Mcd 2000

 

 

"Truthead" 2 Cd Ltd. ed. Boxset 2000

 

"Phaseknox" Cd 2001/2

 

 

 

"Trendsetter" Mcd 2002

 

 

  Compilações:

 

- Zwischenfall 2CD

- Minimal Synth Ethics 3

- Vertigo CD Compilation

- AudioNews CD Compilation

- Industro Synthesis

- A Tribute To New Order

- Sonologie 1 Electro Compilation

- Culture Shock CD Compilation

- New Violent Breed

- Silicon Warfare

- Popkomm Zoth Ommog Compilation

- Industrial Resistence

- Zilloscope

- Music research Promo CD

- Voltage 2-Electronic Vivisection

- Electro Club Attack Shot Two

- Elegy Magazine CD Compilation

- Hymns Compilation

- Virion Sequences

- Futronik Structures 3

- Cryonica Tanz Vol. 2

 

Uma visão diferente da realidade

 

Os Aghast View são um projecto electro brasileiro que surgiu um pouco por acaso, mas que rapidamente conseguiu impor-se nos mercados Europeu e dos USA. Inicialmente composto por três elementos, o projecto é agora formado por Denis e Fabrício. Sem grande projecção no seu país natal, que não parece muito receptivo a este tipo de sonoridades, os Aghast View continuam a apostar no mercado além fronteiras. Como os grandes fenómenos musicais não se costumam repetir, os Aghast View ainda não conseguiram impor-se e serem uns dos representantes da cena electro brasileira, como aconteceu com os Sepultura em relação ao metal, mas potencial para isso não lhes falta!

 

nsi: Comecem por contar-nos um pouco sobre o início e evolução dos Aghast View.

 

Aghast View: Bom, tudo começou meio por acaso. O Guilherme havia comprado um scanner e uma impressora colorida em 1992. Então ele e o Fabrício começaram a brincar, fazendo gráficos e colagens, supostas capas de cd's, etc. Procuraram um nome no dicionário para colocar nestas supostas capas de cd. Basicamente aí que apareceu o Aghast View, um monte de folhas de papel com gráficos à la Skinny Puppy, com o nome Aghast View... Alguns meses depois, um deles conheceu alguém que dava aulas de programação em midi, a partir daí que começou a "banda" de fato.

 

nsi: O nome Aghast View (= visão assustada, horrorizada) tem a ver com a forma como vocês vêem o mundo à vossa volta, a nossa realidade?

 

Aghast View: Bom, na verdade acho que é como a maioria das pessoas vê a nossa realidade... Mas o nome em si foi uma coisa mais por acaso.

 

nsi: O brasil é conhecido por ser o país do Samba e do Carnaval. Como é a cena electro no vosso país?

 

Aghast View: Olha... quando nós começamos, havia uma certa cena em São Paulo, mas como morávamos em cidades diferentes, não convivíamos com cena nenhuma. Em termos de cena electrónica, a única coisa que tem crescido aqui são festas no estilo mais rave.

 

nsi: Vocês têm sido bem recebidos pela crítica e pelo público, no vosso país?

 

Aghast View: O número de pessoas que nos conhecem aqui não é suficiente para ser chamado de público... Mas também nós não procuramos muito por aqui. A nossa ideia não é empurrar a nossa música para as pessoas, sendo que, por aqui, não é exactamente o estilo de música que interessa às pessoas.

 

nsi: E fora do Brasil, têm tido sucesso nos mercados Americano e Europeu?

 

Aghast View: Nós somos bastante conhecidos na cena electro dos EUA e Europa, mas não no mesmo nível das bandas alemãs e algumas americanas. Para eles é tudo muito mais fácil, pois já estão lá mesmo. Fica bem fácil e barato fazer turnês morando nos EUA e Europa. Para nós é muito difícil, pois a situação económica brasileira é muito ruim. Mas nós sempre estivemos em ascensão, e nossos dois cd's lançados neste ano estão tendo uma boa repercussão.

 

nsi: Pensam que uma banda electro, no Brasil, consegue ter a mesma projecção a nível internacional como tiveram os Sepultura, por exemplo?

 

Aghast View: O Sepultura foi um caso único. Eles estavam fazendo um tipo de som que ainda estava para explodir no mercado americano e europeu, na época. Hoje em dia é tudo muito diferente também. Há muito mais gente fazendo música e o mercado é muito saturado com milhares de lançamentos e novas bandas. Um problema que eu vejo para uma banda electro é o das apresentações ao vivo. As bandas de rock ganham reputação pelos shows. Se a banda é boa ao vivo, ela vai crescendo. Os shows de electro já são um pouco mais complicados... não me agrada muito a ideia de ir "tocar ao vivo" e ficar lá apertando uma tecla ou outra no teclado, em cima de um playback em DAT. No caso de um DJ é diferente também, pois o público não está lá de fato para "ver a apresentação". O que eu estou querendo dizer é que, para uma banda de electro é um pouco mais difícil apresentar seu trabalho de uma forma efectiva (ou, pelo menos, da maneira que nos agradaria), com pouco dinheiro.

 

nsi: Conseguiram gravar o vosso primeiro álbum através de uma editora alemã. Acham que esse facto permitiu uma melhor projecção do projecto fora do Brasil?

 

Aghast View: Com certeza. Como mencionei, aqui no Brasil o mercado ainda é muito pequeno.

 

nsi: Entretanto já mudaram diversas vezes de editora. É muito difícil obter um bom contracto discográfico? ou estas mudanças devem-se a outras razões?

 

Aghast View: Sim é muito difícil. Algumas bandas têm mais sorte, de conseguir uma aceitação mais rápida do público, por alguns motivos. As editoras sempre são mais atenciosas com as bandas que já lhe proporcionam um retorno mais garantido. Mas, um problema que geralmente ocorre com as editoras mais underground é o de não serem administradas de uma forma profissional.

 

nsi: O vosso som pode ser "encaixado" dentro da corrente electro-industrial, uma vertente mais agressiva da cena electrónica. Com o grande crescimento das vertentes mais dançáveis e melódicas da cena electro, como o future-pop, que parecem alcançar um público mais vasto. Parece-vos tentador alterarem o vosso som de forma a alcançarem um maior número de fãs?

 

Aghast View: Sim claro. Inclusive nós estamos convocando novos membros para a banda, para podermos fazer uma apresentação com coreografias de dança e cantigas a capela... uma coisa mais Backstreet Boys... Bom, se a ideia for alterar o tipo de som com a finalidade de alcançar um maior numero de fãs, esta seria a melhor hipótese...pois venderíamos muito mais do que as bandas de future pop. Mas quanto a essa ideia de mudar o estilo de música que fazemos, isso é uma coisa natural para nós. Porque na verdade sempre fizemos músicas de estilos diferentes, só que não é possível lançar tudo que queremos. Mas de qualquer maneira, se você for ouvir todos os cd’s lançados por Aghast View, verá que há uma boa variedade de estilos. Não temos nada contra o future pop, mas não é exactamente o que gostamos de escutar em casa, preferimos escutar coisas como Paul van Dyk, Fragma, William Orbit, Tiesto...

 

nsi: Em relação às letras. Existe algum tema em especial que seja tratado? Falem-nos um pouco da mensagem que pretendem transmitir ao público.

 

Aghast View: Bom, como eu não sou nenhum messias, não tenho exactamente uma "mensagem" para passar... Nós não tratamos de nenhum tema em especial, mas geralmente expomos nossas ideias através das letras. Mas nós temos ideias diferentes sobre vários assuntos, então não é uma questão de haver um conteúdo ideológico único por trás da banda. Entretanto, os temas têm uma tendência maior a serem relacionados a questões sociais/políticas/existenciais. É uma questão de expressar suas ideias e perspectivas sobre a vida; o que também pode significar coisas um tanto quanto sem nexo às vezes...

 

nsi: Falem-nos um pouco sobre os dois novos trabalhos editados este ano.

 

Aghast View: Bom, na Europa foi lançado o Phaseknox. É um álbum onde pudemos explorar mais a parte melódica e estrutural das músicas. Até então tínhamos apenas um Sampler onde fazíamos tudo. Neste álbum já tínhamos novos equipamentos e ideias. Nos Estados Unidos foi lançado o Trendsetter, que contém alguns remixes de musicas do Phaseknox, e também músicas inéditas. Trendsetter é um álbum bem mais agressivo, contando com remixes de bandas de hard ebm e noise.

 

nsi: Fizeram alguma tournée para promover estes novos trabalhos?

 

Aghast View: Por enquanto não. Tocamos algumas datas nos EUA ano passado, mas nada muito especial.

 

nsi: Como são os concertos de Aghast View? Utilizam algum elemento visual para completar o espectáculo?

 

Aghast View: Não sei dizer ao certo... Fizemos muito poucos shows. E todos foram diferentes uns dos outros. O problema é que para fazer um show da maneira que gostaríamos, teríamos que gastar bem mais dinheiro do que ganharíamos com os cachês...

 

nsi: Têm perspectivas quanto a concertos na Europa, num futuro próximo?

 

Aghast View: Espero que sim...

 

nsi: E projectos para o futuro?

 

Aghast View: Estamos gravando um single para ser lançado no primeiro trimestre de 2003. Há alguns outros projectos que estou envolvido, mas não tenho nada definido ainda.

 

nsi: Antes de terminarmos, muito obrigado. Gostariam de deixar alguma mensagem para os vossos fãs?

 

Aghast View: Obrigado pela entrevista e esperamos ter a chance de tocarmos também em Portugal no próximo ano. Até a próxima.

 

 

Leonel Silva

(Novembro 2002)

 

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